terça-feira, 9 de dezembro de 2008

a mosca sobrevoa sem destino...

Eu me perdi.
Em algum momento que não posso dizer ainda, eu me perdi. Diante das minha bagunça, estagnei, desisti.

Sempre tento usar analogias para ilustrar pensamentos: Imagine que se eu pedisse três pessoas diferentes para fazer um retrato-falado meu, obteria certamente três diferentes imagens, com características mais ou menos acentuadas e diferentes focos de observação. E eu pasmo quando penso que não saberia me descrever nesse presente momento. Não saberia se estou feliz, frustrada ou otimista. Digo que perder a noção, o controle sobre si mesmo, é a pior coisa que pode acontecer. Isso torna impossível qualquer realização, ou pelo menos a sensação que elas são reais.

Dizem que o caos interior reflete em tudo que fazemos. Talvez por isso algumas pessoas não conseguem nos levar a sério. E ponto para a perda de confiança, é um movimento cíclico.

Minhas paixões me sufocam e quando grito, incomodo, repudio. Minhas paixões arregaçam demais e acabo perdendo meu senso de julgamento. Eu engulo, eu abraço, eu chuto, eu piso. Sem pensar. Por fim acabo imergida, socada dentre pessoas que nunca saberiam nem por onde começar o meu retrato-falado. Quanto às que eu de fato gostaria que me vissem, ficam confusas diante de mim, não gostam, não querem. Nunca tinha sentido algo assim. Alguma coisa trouxe essa necessidade de reconhecimento, provavelmente a minha própria escassez na questão. Penso em solidão, que pode ser ela que trouxe essas novas pulsões, e que talvez seja a solidão que reflita as respostas que eu tanto preciso.

Se caos mais caos gerasse harmonia, eu seria um tipo de Buda.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bohemian 'Episodes'

Vida de boêmio...
Me veio à cabeça uma questão que mesmo tentando manter a distância analítica do objeto (rá), acabo deixando escorrer um pouquinho de mim.
Existe uma diferença dramática entre vida de boêmio e vida de bêbado. Todo aquele glamour Bukowski-vinícius super cool hedonista, de onde surgem os mais belos poemas e músicas, sem falar nas pinturas, desenhos, teorias, enfim. Isso de fato é bonito pra caralho. Imagine acordar, olhar em volta e ver que a doideira tornou-se produtiva.

Mas e quando estamos puramente bêbados? Estamos embriagados na própria preguiça e improdutividade. Me digam para onde foi o glamour, as cenas degradantes, românticas e super cult que tendem a justificar muitas atitudes da geração "neo/beat/bourjois/porta de empório"?

Falar em fuga e escape é um argumento preguiçoso. É muito mais. Penso em alguma justificativa que não seja completamente cliché ou redundante. Posso ficar 'on and on' em cima das razões que levam ao desinteresse, à desconstrução, autodestruição-cool (termo inventado para designar os suicidas de fotolog - falaremos depois sobre eles).


A realidade em si é dura:
we must really like to party.